terça-feira, 12 de maio de 2015

Células-tronco no tratamento da lesão medular (Paraplegia)

A lesão medular traumática ocorre quando um evento traumático, como acidentes automobilísticos ou motociclísticos, mergulho, agressão com arma de fogo ou queda resulta em lesão das estruturas medulares interrompendo a passagem de estímulos nervosos através da medula. A lesão pode ser completa ou incompleta. A lesão é completa quando não existe movimento voluntário abaixo do nível da lesão e é incompleta quando há algum movimento voluntário ou sensação abaixo do nível da lesão. A medula pode também ser lesada por doenças (causas não traumáticas), como por exemplo, hemorragias, tumores e infecções por virus.
Nas lesões medulares completas, há paralisia, perda de todas as modalidades sensitivas (tátil, dolorosa, para temperatura, pressão e localização de partes do corpo no espaço) abaixo da lesão e alteração do controle esfincteriano (urinário e fecal). As lesões cervicais altas determinam tetraplegia (paralisia dos quatro membros). Na tetraplegia, a insuficiência respiratória é freqüente, devido ao comprometimento do nervo que comanda a contração do diafragma (nervo frênico). Nas lesões cervicais baixas, observa-se paralisia dos membros inferiores e das mãos. Nas torácicas, a paralisia é de membros inferiores.
Nas lesões medulares incompletas (síndromes medulares anteriores), há comprometimento dos dois terços anteriores da medula, que se manifesta por déficit motor e sensitivo abaixo do nível da lesão, sendo que a sensibilidade profunda (vibratória e noção da posição de partes do corpo no espaço) está preservada. Essa síndrome sugere uma compressão anterior da medula como a associada a hérnias de disco traumáticas ou a lesões isquêmicas secundárias.
A terapia com células-tronco vêm apresentando bom resultados para lesões medulares. Um estudo com células-tronco autólogas adultas feito pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo com células tronco retiradas da medula óssea da própria pessoa, e aplicada no local aonde houve a lesão. Em 15 dos 32 pacientes (tetraplégicos e paraplégicos) cuja evolução vinha sendo acompanhada há dois anos pelos médicos do HC, verificou-se uma boa resposta com o tratamento, pois no teste ao receberem estímulos elétricos nas pernas, os impulsos chegaram até o cérebro. Ou seja, o impulso passou pelo ponto onde ocorreu a ruptura e conseguiu chegar até o sistema nervoso cenral . Os 15 pacientes também relataram uma melhora na sensibilidade dos membros afetados pela paralisia - disseram que passaram a "senti-los melhor." (1) Outro caso foi na cidade de Bonn na Alemanha. Após implante de células-tronco autólogos no dia 25 de maio de 2011 e com uma semana de tratamento de reabilitação no Centro ISST na cidade de Unna na Alemanha, pela primeira vez em três anos e meio de lesão, o paciente conseguiu realizar contrações voluntárias de quadríceps - músculo responsável por esticar as pernas. A Terapia com Células-tronco vem se mostrando cada vez mais promissora nos caso de lesão da coluna (associada a fisioterapia). Muitos pacientes já se beneficiaram do tratamento em casos que já não havia mais esperança. É o que mostra o vídeo abaixo com a reportagem da "Globo News", paciente na Bahia volta a dar os primeiros passos depois de 9 anos sem andar devido a lesão na coluna provocado em acidente.



Fonte: http://www.celulastroncobrasil.com.br/

Tratamento da Doença de Parkinson com células-tronco autólogas da medula óssea no caso do legendário lutador de boxe Muhammad Ali

A Fundação Americana de Parkinson relata que quase 1 milhão de americanos estão vivendo com a doença de Parkinson. Uma destas pessoas é o lendário campeão de boxe Muhammad Ali. Sua filha, Rasheda Ali, fala sobre suas lutas e seu trabalho para encontrar o tratamento com células-tronco autólogas. Rasheda Ali esta muito satisfeita com os resultados do tratamento com células-tronco autólogas.
O legendário campeão de boxe Muhammad Ali é um daqueles milhões de pessoas que sofrem com a doença de Parkinson. Rasheda Ali, uma de suas filhas, conversou com o Dr. Manny Alvarez, editor sênior de assuntos relacionados a saúde do canal americano FoxNews.com, sobre a luta de seu pai para encontrar controle da doença através de células-tronco. Muhammad Ali foi diagnosticado com a Doença de Parkinson em 1984, mas Rasheda disse que notou os primeiros sinais da doença em uma fita de uma de suas últimas lutas, em 1981. Ela disse que os primeiros anos de seu diagnóstico foram particularmente difícil para ela e sua família. porque nos anos 80, não tínhamos informação." Foi difícil para nós. " 
Devido a Doença de Parkinson ser uma doença progressiva, Rasheda testemunhou seu pai cair lentamente ao longo dos anos, depois de anos de luta, Rasheda disse que seu pai está indo muito bem e agora está focando atentamente em seu estilo de vida e a terapia com células-tronco autólogas da medula óssea, através de uma clínica de biotecnologia chamada Brainstorm Cell Therapeuticsc que tem utilizado tratamento com células-tronco autóloga da medula óssea em pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA), também conhecida como doença de Lou Gehrig . 
Através de seus esforços, muitos dos sintomas desses pacientes melhoraram muito, e as propriedades degenerativas da doença começaram a diminuir. Depois de ver os resultados surpreendentes com terapia de células-tronco autóloga da medula óssea, Rasheda está convencida de que as células- tronco têm a chave para o tratamento destas doenças no futuro próximo.

Tratamento pioneiro com células-tronco ajuda a recuperar fraturas.


Pesquisadores do Rio de Janeiro estão devolvendo os movimentos a pessoas que tiveram fraturas nos ossos.
O Jornal Nacional mostrou na sexta-feira (20/01/2012) como o tratamento com células-tronco autólogo está curando pacientes com doenças ósseas em Salvador, inclusive o tratamento da pesquisa esta sendo coberto pelo Sistema Único de Saúde.
A reportagem fala de casos como o de Renata, que há dois anos atrás sofreu um acidente de moto e teve uma fratura exposta. Depois de três cirurgias, o osso da perna direita não se recuperava. Renata tinha perdido a esperança de voltar a andar. Até que foi indicada para participar de um tratamento experimental no Brasil: a injeção de células-tronco no local da fratura para ajudar na consolidação de ossos."Era uma novidade, mas como eu e o doutor Vinicius conversamos, não tinha o que perder", lembra.Renata passou apenas um dia no hospital. Em seis meses, com ajuda da fisioterapia, voltou a andar. O osso estava colado, perfeito. O caso dela acabou virando exemplo da pesquisa.Sandro sofreu uma queda e, mesmo com o implante de uma haste de metal e parafusos, o osso da perna esquerda não colou. Por isso, também concordou em participar da experiência.
A técnica é simples e utiliza as células do próprio paciente. "A surpresa positiva é que praticamente todos os pacientes evoluíram bem, não tendo nenhuma complicação. Estabelecemos a segurança do método, que é minimamente invasivo", avalia Vinicius Schott Garneiro, professor de medicina da UFF.

O procedimento está em fase de estudo no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, onde há 800 pessoas na espera pelo tratamento. É realizado somente em ossos longos como os do braço e da perna.O médico faz uma punção com uma agulha especial e retira as células-tronco da medula óssea. As células são injetadas no local da fratura. A cirurgia leva em torno de uma hora e o paciente volta para casa no dia seguinte. "na maioria das vezes são membros inferiores, usa muletas. E a gente faz um acompanhamento mensal. O resultado final a gente está avaliando entre seis meses a um ano para ver exatamente a evolução total da formação desse calo ósseo", explica João Matheus Guimarães, chefe da ortopedia Into localizado no Rio de Janeiro.
Em fevereiro, Sandro, com dois meses de cirurgia, vai poder andar de muletas. Ele já faz planos para o Carnaval. "Tomara que nesse carnaval já esteja pulando, pelo menos de muletas".
A Clínica Higashi investe no estudo da aplicabilidade clínica da terapia com células-tronco. Clique no link abaixo e veja a matéria completa mostrada no Jornal Nacional de como as células-tronco estão ajudando na recuperação de fraturas ósseas:

Na foto abaixo Dr. Tsutomu Higashi (Diretor da Clínica Higashi/Centro Médico Athenas), retirando células-tronco da médula óssea, com Dr. Carlos Cecílio Bratt no Centro de terapia de células-tronco da Venezuela. Dr. Bratt é professor do programa de terapia com células-tronco da Universidade Federal de Zulia (Venezuela) e pioneiro na america latina na utilização da terapia com células-tronco autólogas da medula óssea no tratamento de doenças degenerativas como Parkinson, Diabetes, Artrose, traumatismo raquimedular.


Tecido adiposo é fonte rica de células-tronco mesenquimais


Células-tronco adultas são encontradas em alguns tecidos do corpo como a medula óssea, mas o tecido adiposo, têm demonstrado também grande quantidade de células-tronco.
Investigações científicas descobriram que uma amostra de sangue periférico contém cerca de 10.000 células-tronco, a medula óssea contém cerca de 50.000 células-tronco adultas e em média 25% a 50% são células mesenquimais (células-capazes de transformar em outros tecidos); por outro lado, o tecido adiposo produz entre 10-60 milhões de células-tronco por amostra e 95% deles são células- tronco mesenquimais, capazes de se diferenciar em vários tipos de células para reparar o corpo.
A Adistem, empresa de biotecnologia multinacional, que estuda e desenvolve novos métodos e aparelhos de tecnologia para auxiliar os médicos no uso das células-tronco para tratar condições graves ortopédicas, neurológicas e endocrinológicas, desenvolveu um procedimento para extrair, e reintroduzir as células-tronco do paciente, no mesmo dia na mesma instalação, não havendo a necessidade de espera ou cultura, mas mantê-las em seu estado natural, até que sejam reintroduzidas no corpo aonde precisa-se de regeneração.

Aula sobre Medicina Regenerativa e terapia com células-tronco com a Dra Kristin Comella


Aula com a pesquisador Dra Kristin Comella, a qual tem mais de 15 anos de experiência em medicina regenerativa no uso clínico das células-tronco autólogas, é considerada entre as 25 cientistas mais influentes no mundo sobre o uso clínico das células-tronco autólogas pelo Congresso Mundial de Células-Tronco e Medicina Regenerativa. Dr. Higashi é o único professor brasileiro a fazer parte nos Estados Unidos do Stem Cell Training Group a qual Dra Kristin Comella é professora integrante. 

Estudo da terapia com celulas-tronco nas doenças neurodegenerativas e outras doenças neurológicas incapacitantes


O estudo da aplicabilidade da Terapia com Células-Tronco nas doenças neurodegenerativas e neurológicas foi tema de destaque no III Simpósio em Prevenção e Tratamento de Doenças Relacionados `a Idade realizado em São Paulo dia 8/03/13

Tratamento da Doença de Parkinson com células-tronco autólogas da medula óssea no caso do legendário lutador de boxe Muhammad Ali

A Fundação Americana de Parkinson relata que quase 1 milhão de americanos estão vivendo com a doença de Parkinson. Uma destas pessoas é o lendário campeão de boxe Muhammad Ali. Sua filha, Rasheda Ali, fala sobre suas lutas e seu trabalho para encontrar o tratamento com células-tronco autólogas. Rasheda Ali esta muito satisfeita com os resultados do tratamento com células-tronco autólogas.Assista abaixo o entrevista com Rasheda Ali, filha de Muhammad Ali no canal americano Fox News (publicado no dia 04/04/12):
O legendário campeão de boxe Muhammad Ali é um daqueles milhões de pessoas que sofrem com a doença de Parkinson. Rasheda Ali, uma de suas filhas, conversou com o Dr. Manny Alvarez, editor sênior de assuntos relacionados a saúde do canal americano FoxNews.com, sobre a luta de seu pai para encontrar controle da doença através de células-tronco. Muhammad Ali foi diagnosticado com a Doença de Parkinson em 1984, mas Rasheda disse que notou os primeiros sinais da doença em uma fita de uma de suas últimas lutas, em 1981. Ela disse que os primeiros anos de seu diagnóstico foram particularmente difícil para ela e sua família. porque nos anos 80, não tínhamos informação." Foi difícil para nós. "
Devido a Doença de Parkinson ser uma doença progressiva, Rasheda testemunhou seu pai cair lentamente ao longo dos anos, depois de anos de luta, Rasheda disse que seu pai está indo muito bem e agora está focando atentamente em seu estilo de vida e a terapia com células-tronco autólogas da medula óssea, através de uma clínica de biotecnologia chamada Brainstorm Cell Therapeuticsc que tem utilizado tratamento com células-tronco autóloga da medula óssea em pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA), também conhecida como doença de Lou Gehrig .
Através de seus esforços, muitos dos sintomas desses pacientes melhoraram muito, e as propriedades degenerativas da doença começaram a diminuir. Depois de ver os resultados surpreendentes com terapia de células-tronco autóloga da medula óssea, Rasheda está convencida de que as células- tronco têm a chave para o tratamento destas doenças no futuro próximo.

Uso de células-tronco pretende acelerar regeneração óssea

A equipe do Centro de Estudos do Genoma Humano (CEGH) do Instituto de Biociências (IB) da USP, liderada por Maria Rita-Passos Bueno e Mayana Zatz, está testando diferentes fontes de células-tronco retiradas do próprio organismo capazes de acelerar a reconstrução de ossos. A técnica pretende aumentar a eficiência no tratamento de doenças de difícil regeneração, como a osteoporose, que causa a perda da massa óssea e, com isso, aumenta a fragilidade dos ossos e o risco de fraturas.
O estudo intitulado Perspectiva de um futuro tratamento para osteoporose ou outras doenças ósseas com base em células tronco foi desenvolvido pelas pesquisadoras do Centro do Genoma da USP Tatiana Jazedje da Costa Silva e Daniela Franco Bueno, e recebeu o Prêmio Saúde, da Editora Abril, na categoria Saúde da Mulher, em 2010.De acordo com a pesquisadora Mayana Zatz, “o intuito da pesquisa é utilizar células tronco para acelerar a reconstrução de ossos que sofreram alguma fratura ou má-formação, como ocorre com bebês que nascem com alterações craniofaciais”, afirma.

Variedade de Células-tronco
Durante o desenvolvimento do estudo foram colhidas amostras de células-tronco provenientes de diversos tecidos humanos. Num primeiro momento, foram coletadas células-tronco de tecidos extraídos do organismo, como polpa de dente de leite, tecido adiposo — descartado em cirurgias, principalmente em procedimentos de lipoaspiração — e tecido muscular do lábio — descartado em cirurgias corretivas.
Posteriormente, a equipe do CEGH testou o potencial de células-tronco das trompas de falópio — canais que ligam os ovários ao útero — e comprovou a alta concentração deste tipo de célula no órgão feminino. “A vantagem desta descoberta é que como a osteoporose atinge majoritariamente as mulheres idosas, devido às perdas hormonais da menopausa, pode-se agora regenerar osso fraturado com os próprios recursos físicos do paciente”, relata Mayana.

Procedimento
Após retirar as células-tronco do organismo e mensurar seu potencial em regenerar osso, são realizados testes em laboratório (in vitro) para determinar se estas células podem ou não formar tecido ósseo.Após isso, para comprovar a eficiência do método, comparou-se a evolução na reconstrução óssea de dois grupos distintos de ratos, um com o implante de células-tronco e outro, sem implantes, em condições normais. Por meio deste teste in vivo, constatou-se que os ratos que possuíam a membrana com células-tronco tiveram uma regeneração muito mais acelerada do osso fraturado, do que os ratos que não possuíam as células-tronco.
Nos experimentos, além das células-tronco, também foram utilizados moldes que servem como suporte para que as células-tronco se fixem antes de serem aplicadas nos modelos animais e que auxiliam no processo de ossificação. O próximo passo é submeter à aprovação dos órgãos de regulamentação, como o Conselho Nacional de ética em pesquisas (CONEP), para poder iniciar os teste em seres humanos.


Regeneração de tecido ósseo em ratos através do uso de células-tronco


Fonte: http://www.usp.br/agen/?p=48937

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Charge sobre o papel das células tronco


Clonagem

Aspectos éticos 

As 63 academias de ciência do mundo que se posicionaram contra a clonagem reprodutiva defendem as pesquisas com células embrionárias para fins terapêuticos. Em relação aos que acham que a clonagem terapêutica pode abrir caminho para clonagem reprodutiva, devemos lembrar que existe uma diferença fundamental entre os dois procedimentos: a implantação ou não em um útero humano. Bastaria simplesmente proibir a implantação no útero para conter os abusos! A cultura de tecidos é uma prática comum em laboratório. É realizada a partir de diversos tipos de células, sem dilemas éticos. No caso da clonagem terapêutica, a diferença seria o início da cultura a partir de óvulos que permitiriam a produção de qualquer tecido no laboratório. Ou seja: ao invés de poder produzir-se apenas um tipo de tecido, já especializado, o uso de óvulos permitiria fabricar qualquer tipo de tecido. Em relação ao risco de comércio de óvulos, esse risco seria o equivalente ao que ocorre hoje com transplante de órgãos. Em relação ao problema da destruição de “embriões humanos”, novamente devemos lembrar que estamos falando de cultivar tecidos - ou, futuramente, órgãos -, a partir de embriões e que esses nunca serão inseridos em um útero. Sabemos que 90% dos embriões gerados em clínicas de fertilização e inseridos no útero de uma mulher não geram vida. Além disso, um trabalho recente (Mitalipova et al., 2003) mostrou que células obtidas de embriões de má qualidade, que não teriam potencial para gerar uma vida, mantêm a capacidade de gerar linhagens de células-tronco embrionárias em laboratório e, portanto, de gerar tecidos. Ao usar células-tronco embrionárias com potencial baixíssimo de gerar indivíduos para regenerar tecidos em uma pessoa condenada por uma doença letal, poderíamos interpretar que na realidade estamos criando vida. Isso é comparável ao que se faz hoje em transplante quando se retira órgãos de uma pessoa com morte cerebral (mas que poderia permanecer em vida artificialmente mantida por mais tempo). É extremamente importante que as pessoas entendam a diferença entre clonagem reprodutiva humana, clonagem terapêutica e terapia celular com células-tronco embrionárias antes de tomar posição. Por outro lado, também não podemos acreditar que as células-tronco vão curar todas as doenças humanas. As pesquisas que estão iniciando agora serão fundamentais para responder a questões sobre o potencial das células-tronco adultas em comparação com as embrionárias, que doenças poderão ser tratadas e quais são os benefícios e riscos da terapia celular.


Situação brasileira

 Com a aprovação pela Câmara dos Deputados da Lei de Biossegurança, no dia 2 de março de 2005, o Brasil entra na seleta lista de países do mundo em que os cientistas podem realizar pesquisas com células-tronco embrionárias e trabalhar para encontrar tratamentos para doenças genéticas até hoje incuráveis e para lesões físicas ainda irreversíveis. Em alguns casos, as células-tronco embrionárias são a única esperança. Os cientistas apostam muito nessas células embrionárias, pois elas são as únicas capazes de produzir todos os 216 tecidos do nosso corpo. A esperança é que inúmeras doenças, entre elas as neuromusculares, o diabetes, o mal de Parkinson e as lesões de medula possam ser tratadas pela substituição ou correção de células ou tecidos defeituosos. A terapia celular com células-tronco representa também um grande avanço nas técnicas existentes hoje de transplante de órgãos. Se as pesquisas derem os resultados esperados, deverá ser possível no futuro fabricar tecidos e órgãos em quantidade suficiente para todos. Seria o fim das longas filas de transplante de órgãos. Do mesmo modo que trocamos peças do nosso carro poderemos substituir ou corrigir a função de órgãos com defeitos. Mas para chegar lá, ainda temos que pesquisar e estudar muito. As pesquisas com células-tronco do adulto, por sua vez, já foram iniciadas em pacientes cardíacos e em outras doenças como esclerose múltipla, acidente vascular ou diabetes, a maior pesquisa do mundo com pacientes cardíacos está sendo realizada no Brasil com 1.200 pessoas. Mas essas células têm algumas limitações. Hoje, elas só podem ser transformadas em células de alguns dos tecidos do corpo. Em especial, os pesquisadores sabem como transformar as células-tronco do adulto em células dos órgãos ou tecidos de onde foram retiradas: por exemplo, em células da medula óssea, que produz os componentes básicos do sangue. A terapia com células-tronco do adulto têm dado bons resultados no tratamento de leucemia. Nele, células-tronco do adulto da medula óssea e mais recentemente do cordão umbilical e da placenta, são transplantadas nos pacientes a partir de doadores compatíveis. Outra técnica utilizada ainda experimentalmente é a de auto-transplante na qual as células-tronco são retiradas e re-injetadas no paciente para o tratamento de lesões cardíacas e na recuperação do tecido nervoso de pessoas que sofreram acidentes vasculares. Mas ninguém sabe ainda se o tratamento é eficiente - por enquanto, é uma tentativa terapêutica experimental. A má notícia é que o auto-transplante não pode resolver o problema dos mais de 5 milhões de brasileiros portadores de doenças genéticas, pois o defeito está presente em todas as suas células. Para essas pessoas talvez seja necessário o uso de células-tronco obtidas de embriões.


Referências:
Hochedlinger K, Jaenish R (2003): Nuclear transplantation, embryonic stem cells and the potential for cell therapy. N. Engl. Journal of Medicine 349:275-212 Mitalipova M, Calhoun J, Shin S, Wininger D et al. (2003): Human embryonic stem cells lines derived from discarded embryos. Stem cells 21:521-526 Rhind SM, Taylor JE, De Sousa PA, King TUI, McGarry M, Wilmut I (2003): Human Cloning: can it be made safe? Nature reviews 4:855-864

Células-tronco: progressos científicos e o futuro das pesquisas




Comparação entre células-tronco embrionárias e de adulto


a. Características comuns a células-tronco embrionárias e do adulto 
Possuem capacidade de auto-renovação e de dar origem a células especializadas. 
Os cientistas usam técnicas similares para marcar e monitorar a expressão de certos genes afim de identificá-las.
 • São capazes de proliferar e de se especializar quando transplantadas para animais cujo sistema imunológico foi suprimido.


b. Diferenças entre células-tronco embrionárias e de adulto
 • A principal diferença está na origem; os cientistas acreditam que as embrionárias existam apenas nos embriões e que as adultas estão presentes em diversos tipos de tecidos do corpo humano.
 • As embrionárias são pluripotentes, ou seja, podem dar origem a tecidos provenientes dos três folhetos germinativos (ectoderma, mesoderma e endoderme). Ainda não se sabe se as adultas possuem a mesma capacidade.
 • Em laboratório, as embrionárias podem se multiplicar por muitas gerações sem que haja diferenciação; já as adultas, sofrem diferenciação. 
As embrionárias, quando injetadas em cobaia cujo sistema imunológico foi suprimido, geram teratomas (mistura de diferentes tipos celulares). O mesmo resultado não é observado com as adultas.
c. Algumas perguntas que ainda precisam ser respondidas a respeito de células-tronco 
Existe uma céula-tronco universal? Ou seja, existe uma célula-tronco que possa gerar células de quaisquer órgãos ou tecidos?
 • Quais são as origens das células-tronco no adulto? Elas são “sobras” de células-tronco embrionárias ou elas surgem de alguma outra forma? E se a última alternativa for a verdadeira - como parece ser - exatamente como elas surgem e como elas permanecem em um estado indiferenciado enquanto todas as células ao seu redor se encontram diferenciadas?
 • Quantos tipos de células-tronco adultas existem e em quais tecidos?
 • As células-tronco adultas podem proliferar em meio de cultura até que seja obtida a quantidade necessária para transplante? 
Quais as evidências de que células especializadas geradas a partir de transplantes de célulastronco possam substituir células de tecidos lesados ou danificados?
 • Quais são os fatores responsáveis pela migração das células-tronco até os tecidos danificados?



Células-tronco: progressos científicos e o futuro das pesquisas

Quais são os controles intrínsecos que fazem uma célula-tronco se diferenciar em determinado tipo celular ao invés de outro?
 • Quais os mecanismos que permitem as células-tronco embrionárias proliferarem in vitro sem que haja diferenciação?
 • Qual o estágio de diferenciação da célula-tronco é o melhor para o transplante? O mesmo estágio é o melhor para qualquer tipo de transplante ou varia de caso para caso?
 • Qual o melhor estágio de diferenciação de uma célula-tronco para se testar drogas e toxinas?
d. Perguntas chave sobre células-tronco do adulto e células-tronco embrionárias Há várias questões importantes sobre as células-tronco que permanecem sem resposta. Algumas delas estão listadas abaixo:
 • Quantos tipos de células-tronco do adulto existem e em quais tecidos elas existem? 
Quais são as fontes de células-tronco do adulto no corpo? Serão elas células-tronco “remanescentes” das células-tronco embrionárias, ou elas são originadas de outro modo? Por que elas permanecem num estado indiferenciado quando as células ao seu redor foram diferenciadas?
 • As células-tronco do adulto exibem plasticidade normalmente, ou elas se transdiferenciam apenas quando manipuladas pelos cientistas? Quais são os sinais que regulam a proliferação e a diferenciação das células-tronco que exibem plasticidade?
 • É possível manipular células-tronco do adulto para aumentar sua proliferação de modo a produzir células suficientes para um transplante? 
Existe um tipo de célula-tronco de adulto que tenha a capacidade de gerar as células de todos os tecidos e órgãos?
 • Quais os fatores que estimulam as células-tronco a migrarem para locais lesionados ou danificados?





Clonagem

Mayana Zatz

A clonagem é um mecanismo comum de propagação da espécie em plantas ou bactérias. Em humanos, os clones naturais são os gêmeos idênticos que se originam da divisão de um mesmo óvulo fertilizado. A grande revolução da Dolly abriu caminho para a possibilidade de clonagem humana ao demonstrar, pela primeira vez, que era possível clonar um mamífero - isto é, produzir uma cópia geneticamente idêntica, a partir de uma célula somática diferenciada. Para entendermos porque esta experiência foi surpreendente precisamos recordar um pouco de embriologia. Todos nós já fomos uma célula única, resultante da fusão de um óvulo e de um espermatozóide. Esta primeira célula já tem no núcleo o DNA com toda a informação genética necessária para o novo ser. No núcleo das nossas células, o DNA se organiza em pares de cromossomos e apresenta-se muito condensado. Com exceção das células sexuais — o óvulo e o espermatozóide, que têm 23 cromossomos —, em todas as outras células do corpo humano há 46 cromossomos (23 pares) em seus núcleos. As células do corpo, não sexuais, são as chamadas células somáticas. A grande contribuição da clonagem da Dolly foi justamente a descoberta que uma célula somática de mamífero, já diferenciada, poderia ser reprogramada ao estágio inicial e voltar a ser totipotente. Os cientistas escoceses realizaram isso ao transferirem o núcleo de uma célula somática da glândula mamária de uma ovelha para um óvulo anucleado — quer dizer, de onde tinham retirado o núcleo. Surpreendentemente, o óvulo começou a comportar-se como um óvulo recém-fecundado por um espermatozóide. 
Clonagem reprodutiva
Como descrito no item anterior para a obtenção de um clone, o óvulo para o qual os cientistas transferem o núcleo da célula somática é inserido no útero de uma mãe de aluguel. Se desejássemos fazer clonagem humana reprodutiva, teríamos que retirar o núcleo de uma célula somática que, teoricamente, poderia ser de qualquer tecido de uma criança ou adulto, inserir o núcleo em um óvulo, e depois implantá-lo no útero de uma mulher, que funcionaria como barriga de aluguel. Se o óvulo se desenvolvesse teríamos um novo ser com as mesmas características físicas da criança ou adulto de quem foi retirada a célula somática. Seria como um gêmeo idêntico nascido posteriormente (Figura A). Já sabemos que esse processo não é fácil. Dolly só nasceu depois de 276 tentativas fracassadas. Além disso, dentre os núcleos das 277 células da “mãe de Dolly” inseridos em um óvulo sem núcleo, 90% não alcançaram nem o estágio de blastocisto. As tentativas posteriores de clonar outros mamíferos, camundongos, porcos, bezerros, um cavalo e um veado, também mostram eficiência muito baixa e uma proporção muito grande de abortos e embriões malformados. Penta, a primeira bezerra brasileira clonada a partir de uma célula somática adulta, em 2002, morreu com um pouco mais de um mês. Ainda em 2002, foi anunciada a clonagem do “copycat”, o primeiro gato de estimação clonado a partir de uma célula somática adulta. Para chegar a isso, foram utilizados 188 óvulos que geraram 87 embriões e apenas um animal vivo. Na realidade, experiências recentes, com diferentes modelos animais, têm mostrado que a reprogramação da célula somática para um estágio embrionário, indiferenciado, que originou Dolly, é extremamente difícil.

Clonagem

Ian Wilmut, o cientista escocês famoso pela experiência que resultou no nascimento de Dolly, afirma que praticamente todos os animais clonados nos últimos anos a partir de células não-embrionárias estão com problemas (Rhind, 2003). Entre os diferentes defeitos dos pouquíssimos animais que nasceram vivos após inúmeras tentativas, observaram-se: placentas anormais, gigantismo em ovelhas, defeitos cardíacos em porcos, problemas pulmonares em vacas, ovelhas e porcos, problemas imunológicos, falha na produção de leucócitos, defeitos musculares em carneiros. De acordo com Hochedlinger e Jaenisch (2003), os avanços recentes em clonagem reprodutiva permitem quatro conclusões importantes:
A maioria dos clones morre no início da gestação;
os animais clonados têm defeitos e anormalidades semelhantes independentemente da célula doadora ou da espécie; 
essas anormalidades provavelmente ocorrem por falhas na reprogramação do genoma das células somáticas; 
a eficiência da clonagem depende do estágio de diferenciação da célula doadora. 
De fato, a clonagem reprodutiva a partir de células embrionárias têm mostrado uma eficiência de 10 a 20 vezes maior, provavelmente porque os genes importantes no início da embriogênese estão ainda ativos no genoma da célula doadora. (Hochedlinger e Jaenisch, 2003). Entre todos os mamíferos já clonados, é interessante notar que a eficiência é um pouco maior em bezerros. Outro fato intrigante é não se ter notícias de macaco que tenha sido clonado. Talvez por essa razão, a cientista inglesa Ann McLaren afirma que as falhas na reprogramação do núcleo somático podem vir a se constituir em barreira intransponível para a clonagem humana. Mesmo assim, pessoas como o médico italiano Antinori e a seita dos raelianos defendem a clonagem humana, um procedimento que tem sido proibido em todos os países. De fato, em 2003, as academias de ciências de 63 países, inclusive a brasileira, formalizaram documento conjunto em que pedem o banimento da clonagem reprodutiva humana. O fato é que a simples possibilidade de clonar humanos suscita discussões éticas em todos os segmentos da sociedade: Por que clonar? Quem deveria ser clonado? Quem iria decidir? Quem será o pai ou a mãe do clone? O que fazer com os clones que nascerem defeituosos? Na realidade o maior problema ético atual é o enorme risco biológico associado à clonagem reprodutiva. Apesar de
todos estes argumentos contra a clonagem humana reprodutiva, as experiências com animais clonados têm nos ensinado muito acerca do funcionamento celular. Por outro lado, a tecnologia de transferência de núcleo para fins terapêuticos, a chamada clonagem terapêutica, poderá ser extremamente útil para obtenção de células-tronco embrionárias.
A técnica de clonagem terapêutica para obtenção de células tronco embrionárias Se tivermos um óvulo humano cujo núcleo foi substituído por um núcleo de célula somática e deixarmos que se divida no laboratório – não em um útero -, teríamos a possibilidade teórica de obter blastocistos e usar suas células-tronco embrionárias pluripotentes para formar diferentes células  (Figura A). Isso já foi feito em animais. Com isso, abrir-se-iam perspectivas fantásticas para futuros tratamentos. Hoje, só se consegue cultivar em laboratório células com as mesmas características do tecido de onde foram retiradas ou transformá-las em poucos tipos celulares. É importante esclarecer que, na clonagem para fins terapêuticos, os tecidos seriam produzidos apenas em laboratório. Não se trata de clonar um feto até alguns meses dentro do útero para depois lhe retirar os órgãos para transplante, como alguns acreditam. 


Figura A: Clonagens reprodutiva e terapêutica





Fonte:Silvio Higa - Traduzido e adaptado de Stem Cells: Scientific Progress and Future Research Directions - http://www.stemcells.nih.gov/index.asp


terça-feira, 28 de abril de 2015


Avanços no uso de células-tronco em ortopedia

RESUMO

As células primordiais, ou células-tronco, são células indiferenciadas multipotentes com a capacidade de originar qualquer tipo de tecido no organismo. Podem ter origem no blastocisto, sendo classificadas como embriônicas, ou em tecidos desenvolvidos de fetos, recém-nascidos ou adultos, conhecidas como célulastronco somáticas. Como um dos principais locais de isolamento da célula primordial está a medula óssea, tendo duas linhagens: células progenitoras hematopoéticas e mesenquimais. Existem diversos usos dessas células indiferenciadas na ortopedia, desde lesões cartilaginosas em patologias como osteoartrose, osteocondrite dissecante, condromalácia patelar, lesões ósseas como em pseudoartroses ou em perdas ósseas, ou em lesões nervosas como em trauma raquimedular. O estudo das células-tronco é provavelmente o campo de estudo mais promissor de toda a medicina que, em um espaço curto de tempo, irá revolucionar todas as especialidades médicas, tanto clínicas quanto cirúrgicas, solucionando patologias hoje de difícil abordagem.Descritores: Ortopedia/tendências; Células-tronco; Cartilagem; Pseudoartrose

INTRODUÇÃO

Células primordiais, ou células-tronco, são células indiferenciadas multipotentes, com capacidade de proliferar e originar células de qualquer linhagem, formando qualquer tecido do organismo.

As células-tronco podem ser classificadas em células-tronco embriônicas, que são achadas na massa celular interna do blastocisto (embrião), ou em células-tronco somáticas ou adultas, que são achadas em tecidos desenvolvidos do feto, recém-nascido ou no adulto. Estas podem ser obtidas através de medula óssea, sangue periférico, cordão umbilical, fígado fetal, tecido neural ou outros diversos tecidos mesenquimais do adulto, tais como sinóvia, periósteo, tecido muscular ou tecido adiposo.

Na medula óssea existem pelo menos duas populações de células-tronco progenitoras: as células progenitoras hematopoéticas e as células progenitoras mesenquimais(1).

As células progenitoras hematopoéticas expressam uma glicoproteína de membrana que permite sua identificação e quantificação, o antígeno CD34. Outras células que também a expressam são: célula endotelial, fibroblasto embriônico e algumas células do tecido nervoso fetal e adulto. Já as células progenitoras mesenquimais não apresentam nenhum marcador de superfície celular conhecido, podendo ser encontradas também em diversos órgãos sólidos e sendo identificadas somente pela cultura celular.

Essas duas populações de células estão presentes na medula óssea e em condições normais; apenas 0,1% delas circulam no sangue periférico. Este número pode ser aumentado em aproximadamente 30-50 vezes após a administração de fatores estimuladores de colônias hematopoéticas, especialmente o G-CSF (Granulocyte - Colony Stimulating Factor).

OBJETIVOS

Proporcionar um melhor entendimento da natureza da célula-tronco e da sua importância na medicina como um todo e, principalmente, na ortopedia, fazendo uma abordagem desde o histórico até às atuais pesquisas.

Com os avanços na medicina, hoje somos capazes de extrair, cultivar e reinfundir essas células progenitoras com finalidade terapêutica, formando diversos tecidos desde ósseo, hepático, neural ou adiposo(2).

Na ortopedia e traumatologia podemos usar essas células para formar novos tecidos como o tecido nervoso, ósseo, cartilaginoso e tecido conjuntivo denso (ligamentos e tendões) (Figura 1).



TECIDO NERVOSO

A utilização das células totipotentes para formação de tecido nervoso tem importância nas doenças degenerativas como o Parkinson e na lesão medular. Neste capítulo abordaremos esta última (Figura 2).


O primeiro relato das dificuldades no tratamento de pacientes com lesão medular foi há três mil anos antes de Cristo, quando acreditava-se que a lesão medular não deveria ser tratada. Essa descrição foi feita por Edwin Smith apud Barros Filho et al(3).Durante a Primeira Guerra Mundial, 80% dos pacientes com trauma raquimedular morriam nas duas primeiras semanas pós-trauma(3).Durante a Segunda Guerra Mundial, o conceito de centros especializados de lesão medular foi desenvolvido na Inglaterra. Nestes centros, com equipes multidisciplinares, foi possível reduzir dramaticamente a mortalidade(3).O traumatismo raquimedular era tido com uma doença sem tratamento. Até 10 anos atrás, tudo o que poderia ser feito era estabilizar a coluna, tratar infecções e espasticidade e prescrever fisioterapia(4,5). Contudo, o desenvolvimento de pesquisas nesta área indica que as lesões agudas na medula espinal podem ser minimizadas com o uso de drogas, desde que administradas em um curto espaço de tempo após o trauma(6-10).
No início deste século, foram realizados os primeiros experimentos acerca da fisiopatologia da lesão espinal(11,12). Contudo, estes trabalhos só foram retomados na década passada por investigadores que começaram a valorizar as mudanças tempo dependentes na patologia do trauma raquimedular(13,14).O imenso déficit neurológico decorrente da lesão da medula espinal advém da somatória de dois eventos distintos: a lesão mecânica inicial e a lesão endógena secundária consequente à primeira(15-20). A lesão primária é produzida pelo trauma em si, com morte celular e liberação de eletrólitos, metabólitos e enzimas, sendo, portanto, um processo mecânico que independe de controle celular. A lesão secundária da medula espinal envolve complexas mudanças bioquímicas, surgindo como cascata de eventos, envolvendo edema, inflamação, isquemia, reperfusão, fatores de crescimento, metabolismo do cálcio e peroxidase lipídica em que os esforços científicos se concentram para possibilitar seu controle(20-30). Farmacologicamente, drogas moduladoras das respostas endógenas à lesão primária estão sendo progressivamente introduzidas a fim de limitar o dano tecidual e melhorar o potencial de recuperação funcional destes pacientes. Estas drogas visam interromper os mecanismos fisiopatológicos de lesão neuronal secundária(31-34) (Figuras 3 e 4).





Avanços clínicos e científicos indicam que as lesões agudas na medula espinal podem ser manipuladas por terapêuticas farmacológicas utilizadas em um curto espaço de tempo. A metilprednisolona administrada dentro das primeiras oito horas pós-trauma é o primeiro agente farmacológico a demonstrar melhora significativa na recuperação do trauma raquimedular em seres humanos(4,35-46). Outras drogas, como tirilizade(47-49) e o GM-1(50-57) apresentam promissores resultados preliminares. Estes avanços podem representar grande melhora na qualidade de vida de pacientes com lesão da medula espinal, desde que sejam adotados pela prática clínica. Após lesões do sistema nervoso central, há um período de déficit seguido de período de variável recuperação funcional. Tal recuperação se deve principalmente às alterações nos circuitos não lesados, mas o processo exato de recuperação ainda não foi completamente esclarecido.
O tratamento ideal para a lesão medular seria aquele que não apenas diminuísse a lesão, mas que também estimulasse o processo de reparação. Ao contrário do conceito de 10 anos atrás, já está provado que neurônios fora do sistema nervoso central, na medula espinal imatura e em meios especiais de cultura podem regenerar(58).Atualmente, têm sido desenvolvidas linhas de pesquisas para utilização de neurotransmissores, transplante de células fetais, transplante de células indiferenciadas, implante de eletrodos, emprego de substâncias promotoras de remielinização; mas ainda não apresentam resultados definitivos.Nesses últimos 10 anos, o uso das células-tronco no tratamento da lesão medular foi descrito em vários estudos experimentais, com efeitos benéficos. O modo como tais células podem vir a atuar na reparação de uma lesão no sistema nervoso ainda permanece controverso, mas certamente envolve fenômenos como a reconstrução funcional de circuitos neuronais com o restabelecimento de sinapses ou interconexões com células hospedeiras; a produção de substâncias neuroquímicas como neurotransmissores, fatores de crescimento e anticorpos; na remielinização de axônios íntegros que deixaram de produzir impulsos elétricos por estarem desmielinizados.Sendo assim, no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, foi realizado um estudo tipo ensaio clínico para avaliar o efeito da infusão de células progenitoras indiferenciadas autógenas no tratamento de pacientes com lesão medular crônica(59).
Foram selecionados 39 pacientes com pelo menos dois anos de lesão medular traumática com déficit completo. Todos passaram pelo protocolo de consentimento informado e em seguida foram realizados: hemograma, coagulograma, ressonância nuclear magnética da coluna e potencial evocado somato-sensitivo. Os 39 pacientes não apresentavam registro de transmissão de impulsos para o córtex cerebral após estímulo dos membros inferiores.Para obtermos as células progenitoras do sangue periférico, os pacientes receberam G-CSF. Após cinco dias, todos se submeteram à coleta das células-tronco por técnica de aférese, através de um separador celular de fluxo contínuo. Com isso, conseguimos 2,5 x 106 células CD34+ por quilo de peso do paciente, que foram criopreservadas. Em seguida, essas células foram cultivadas em meio propício ao desenvolvimento de células de linhagem neuronal.A infusão dessas células foi feita através de angiografia da artéria, que irriga o sítio de lesão e perfunda a artéria espinal anterior. Como veículo, utilizamos o dimetilsulfóxido (Figura 5).

Os pacientes, então, foram seguidos clinicamente por potencial evocado somato-sensitivo e por urodinâmica.Como resultado final, em 26 pacientes foi registrada transmissão de impulsos no córtex cerebral ou melhoria no tempo de latência para obtenção de resposta cortical após estímulo dos membros superiores e inferiores. No entanto, a condução sensorial mostrou-se prolongada, com maior latência quando comparada a indivíduos normais (Figuras 6 e 7).





Apesar dessa resposta, clinicamente os pacientes não tiveram ganho motor. Alguns revelam melhora sensitiva inespecífica dos membros inferiores. Foram observados, como complicações com esse método terapêutico, um caso de pneumotórax decorrente da passagem do cateter duplo lúmen para a coleta das células-tronco e três casos de alergia ao contraste realizado na arteriografia(59).

TECIDO CARTILAGINOSO

As células primordiais têm também sido estudadas para a formação de cartilagem articular. Doenças como lesões condrais traumáticas, osteocondrites dissecantes, condromalácia patelar e osteoartrose são alvos da terapêutica com essas células(58).As lesões condrais traumáticas, especificamente de tornozelo e joelho, quando pequenas e em áreas de pouco estresse mecânico, são tratadas, habitualmente, por métodos conservadores que incluem restrição de descarga de peso, analgésicos, anti-infamatórios e fisioterapia (Figura 8). Quando extensas, podem ser tratadas por perfurações, enxertos autólogos ou homólogos osteocondrais, artroplastia de substituição (próteses parciais e totais) e artrodeses.




Osteocondrite dissecante do joelho é um distúrbio comum, de causa desconhecida. Supõe-se que seja resultante de isquemia de uma determinada área localizada de osso subcondral, precipitada por infarto, traumatismo ou outras causas. O tratamento das osteocondrites dissecantes, especificamente de joelho, em crianças, é conservador por serem estáveis os fragmentos. Já no adulto, os fragmentos são instáveis; quando pequenas e fora da área de carga, podem ser excisadas. Quando maiores e em áreas de carga, devem ser tratadas com perfurações ou curetagem associadas à fixação do fragmento, através também de enxertos homólogos osteocondrais ou artroplastias (Figuras 9 e 10).



Na condromalácia patelar, o tratamento depende do grau da lesão. Se for uma lesão menos extensa e profunda pode-se tratar conservadoramente. Se for profunda, muitas vezes com exposição do osso subcondral, podemos tratar com curetagem, perfurações, enxerto autólogo. Os resultados cirúrgicos são piores do que quando acomete o fêmur ou tíbia.Na osteoartrose de quadril e joelho, temos como opções o tratamento conservador e o cirúrgico (Figuras 11 e12). Como novo arsenal no tratamento conservador, temos os condroprotetores (ácido hialurônico, glucosamina, condroitina) que apresentam resultados satisfatórios em todos estudos com humanos, porém com tempo de seguimento curto. Quando o tratamento conservador falha, podemos indicar osteotomias, artroplastias de substituição, artrodeses. Os enxertos autólogos e heterólogos têm maior índice de insucesso quando comparados com outras doenças cartilaginosas articulares.




A importância das células-tronco como novo método de tratamento nas lesões condrais deve-se ao fato de a cartilagem articular ter pouca capacidade de reparação. A técnica de transplante de cultura de condrócitos autólogos nos defeitos condrais é restrita a lesões pequenas em jovens. Em contrapartida, estudos recentes provaram que as células progenitoras mesenquimais podem reparar defeitos maiores independente da idade. O maior problema ainda é a cultura, indução de diferenciação e aderência no sítio de lesão(59-61).
Além das células-tronco, são necessários fatores de crescimento para determinar a proliferação e diferenciação em tecido cartilaginoso tanto durante as culturas in vitro quanto na implantação. Dentre esses fatores, temos a prolactina, que induz a proliferação celular, a síntese de proteoglicanos e interação celular e inibe a formação de fibrilas do colágeno tipo II. Outros fatores que determinam a condrogênese são o fator de crescimento insulina-símile 1 (IGF-1) e o fator de crescimento transformador beta 1 (TGFβ1)(62,63).Com essa nova técnica terapêutica podemos diminuir as morbidades da área doadora no caso do mosaicismo (retirada de pequenos mosaicos de cartilagem de uma área de menor carga para outra com defeito osteocondral), evitar a passagem de patógenos e deterioração dos aloenxertos, evitar as revisões por soltura/desgaste de material no caso das próteses articulares(64).São necessários estudos de maior impacto em humanos para definir a real finalidade das células-tronco nas doenças cartilaginosas articulares.

TECIDO ÓSSEO

Na traumatologia, uma das grandes complicações é a chamada pseudoartrose. Essa palavra significa "falsa articulação", pois a não união dos fragmentos de uma fratura leva à formação de uma pseudocápsula com sinóvia e líquido sinovial.A pseudoartrose pode ser dividida em dois principais tipos: hipertróficas ou hipervasculares e atróficas ou avasculares. A primeira tem como principal causa o movimento no foco de fratura, e a última, a falta de condições biológicas locais para a consolidação óssea (Figura 13).



Nas pseudoartroses hipertróficas, o tratamento visa a melhora da estabilização da fratura, seja com gesso, órteses, osteossínteses ou fixadores externos. A vantagem dos dois últimos é que podemos, além de estabilizar, comprimir o foco.É no segundo tipo de pseudoartrose, tipo atrófico, que tem-se aplicabilidade das células-tronco como tratamento (Figuras 13 e 14). Sabemos que a consolidação tem três fases: I) inflamação - na qual existe a infiltração de leucócitos que determinam a quimiotaxia de células mesenquimais e fibroblastos que se diferenciarão em osteoblastos; II) reparação - na qual temos a formação de um calo mole (tecido conjuntivo frouxo-fibroblastos) e, em seguida, o calo duro (tecido ósseo imaturo); e III) remodelação - na qual se forma o tecido ósseo maduro. Assim, as células progenitoras interfeririam nas duas primeiras fases(64).





Como variedade de tratamento para as pseudoartroses atróficas, podemos utilizar métodos físicos como o ultrassom e o pulso eletromagnético, que apresentam resultados duvidosos. São necessários melhores estudos (ensaio clínico randomizado e controlado), com um tempo de seguimento maior para conclusões definitivas.
Podemos ainda utilizar enxertos autólogos (ilíaco, tíbia, rádio distal) ou homólogos (osso de banco de tecidos). A grande vantagem do enxerto autólogo é sua capacidade osteogênica, osteocondutora e osteoindutora. A osteogênese deve-se ao microambiente formado com fatores tróficos que determinam o recrutamento de células mesenquimais e fibroblastos e sua diferenciação em tecido ósseo. A osteoindução refere-se a proteínas específicas que determinam o crescimento ósseo local. A osteocondução refere-se ao substrato, arcabouço, onde pode-se formar osso. Já o enxerto de banco e os substitutos ósseos como a hidroxiapatita têm somente capacidade osteocondutora.A proteína morfogenética óssea (BMP) é outra forma de tratamento das pseudoartroses atróficas, com capacidade osteoindutora.Uma técnica simples de infiltrar localmente células totipotentes é o uso do aspirado de medula óssea do ilíaco. No entanto, sua baixa celularidade torna o método questionável. Talvez sua ação deve-se à presença de BMP mais do que de células totipotentes(65).Para o sucesso da terapia com células-tronco é necessária uma alta celularidade na coleta, cultivo adequado para formação de células da linhagem óssea e fatores tróficos(63).O uso de células-tronco para a formação de tecido ósseo determina uma diminuição da morbidade na área doadora de enxerto ósseo e evita transmissão de doenças através de enxertos homólogos(64,65).
Existem poucos estudos de células-tronco para formação de osso. Um estudo experimental em ratos relata a ação benéfica em utilizar as células-tronco em focos de osteotomias sob tratamento com distração por fixadores externos, determinando uma melhora da vascularização local e consolidação mais rápida em uma a duas semanas(66).

TECIDO CONJUNTIVO DENSO

Os ligamentos e tendões são formados por tecido conjuntivo propriamente dito, tipo denso. Para sua gênese, são necessárias forças de tração. São constituídos de fibroblastos e fibras de colágeno do tipo I e III principalmente.O ligamento cruzado anterior (LCA) e ligamento colateral medial (LCM) do joelho são as estruturas mais lesadas na prática esportiva, alcançando 90% dos ligamentos lesados. O LCM é tratado conservadoramente, porém o LCA é tratado preferencialmente por cirurgia reconstrutiva artroscópica. Hoje temos, como opções de enxerto autólogo para o LCA, principalmente o tendão patelar, semitendíneo, grácil e tendão quadriciptal. Como alternativa, temos o enxerto homólogo de tendão de Aquiles. A maior crítica a essas cirurgias seria a morbidade da área doadora. Nesse caso, as células-tronco evitariam esse inconveniente(64).
Existem estudos comprovando diferentes graus de regeneração de tecidos intra-articulares em joelhos acometidos, desde lesões de ligamento cruzado anterior, lesões meniscais ou lesões condrais após injeções intra-articulares de células-tronco, proporcionando uma nova opção terapêutica para essas lesões articu- lares(67) (Figura 15).



O tendão de Aquiles é um dos mais lesados. Seu tratamento pode ser conservador ou cirúrgico. A vantagem do tratamento conservador é evitar complicações cirúrgicas, como necrose de pele, infecção e lesão neurovascular. A desvantagem é sua menor resistência e, portanto, maior risco de rerruptura. O inverso vale para o tratamento cirúrgico. Como opções cirúrgicas, temos a reparação aberta com sutura tipo Krakow, reparação percutânea com sutura em "x" e os diversos tipos de reforços tendíneos (flexor longo do hálux, plantar delgado, fibular curto, aponeurose do tríceps sural). As células-tronco têm-se tornado uma nova técnica que, futuramente, pode ser aplicada nos casos de falhas tendíneas sem aumentar o tempo cirúrgico e perda da função dos tendões transferidos (Figura 16).



CONSIDERAÇÕES FINAIS

A literatura apresenta-se em diversos trabalhos sobre esse tema, tanto em forma de trabalhos experimentais, quanto em forma de ensaios clínicos, mostrando-se um dos campos mais promissores da medicina que irá proporcionar a resolução de patologias até hoje sem solução.

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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Células-tronco poderão ser doadas após a morte


Célula tronco, vida após a morte!

As pesquisas com as células-tronco demoraram a deslanchar sobretudo devido a dilemas éticos.As dificuldades envolviam a retirada das células-tronco de óvulos humanos fecundados mas não utilizados nas terapias de reprodução assistida.Mais tarde, os cientistas começaram a desenvolver técnicas para converter células normais adultas em células pluripotentes - são as chamadas células-tronco pluripotentes induzidas.Com o tempo houve uma reviravolta total na questão, cientistas descobriram que, assim como doar órgãos para transplantes, pessoas falecidas poderão servir como doadoras de células-tronco.Gianluca D'Ippolito e seus colegas da Universidade de Miami (EUA) descobriram que as células-tronco permanecem vivas por até cinco dias após a morte.
As células-tronco mesenquimais podem ser transplantadas e o tipo de célula que eles vão formar depende de onde elas são injetadas.O estudo envolveu as chamadas células-tronco mesenquimais, que poderão ser retiradas da medula óssea. Além disso, os estudos iniciais indicam que não há rejeição no transplante dessas células-tronco.As células injetadas no coração, por exemplo, podem formar um novo tecido cardíaco saudável, uma terapia útil para pessoas com condições cardíacas crônicas.
Os cientistas esperam que, com a possibilidade de obtenção de grandes quantidades dessas células de doadores mortos dê um impulso nas pesquisas para o uso dessas células em terapias.Hoje já é possível obter células-tronco mesenquimais da medula de doadores vivos, mas apenas em quantidades muito pequenas. O próximo passo é determinar se as células-tronco obtidas dos doadores já falecidos são realmente saudáveis para o transplante.

Fonte: Diário da Saúde



Mal Hálito e Células Tronco!

Cientistas descobriram que halitose – ou seja, o mau hálito – é uma incubadora ideal para cultivar células hepáticas do fígado.

As células-tronco da polpa dental humana se tornaram células do fígado a um ritmo surpreendente quando incubadas com o sulfeto de hidrogênio, o composto químico responsável pelo mau hálito.

Obs: A descoberta pode ter amplos impactos sobre doenças como Alzheimer e Parkinson.

Terapias com células-tronco tratam tecido danificado através da introdução de novas células, mas às vezes pode ser difícil criar novas células de forma segura e eficaz.

Os pesquisadores acreditam que o uso de células-tronco da polpa dentária pode eventualmente substituir os métodos existentes de produção de células-tronco, dois dos quais utilizam a medula óssea humana e soro fetal bovino como fonte de material.

Observar a capacidade de resistência dos dentes atormentados por cavidades fez os cientistas pensarem se não havia mais células-tronco na polpa dentária do que se pensava. Apesar de algum ceticismo por parte dos colegas, eles relatam que 60 a 80% de células pulpares são células-tronco.Após esta descoberta, os pesquisadores testaram o impacto da halitose sobre o desenvolvimento das células estaminais em células hepáticas.

Usando uma bateria de testes, os cientistas foram capazes de mostrar que uma percentagem muito elevada das células estaminais incubadas num ambiente com sulfureto de hidrogênio tornaram-se células hepáticas com sucesso.Depois de células estaminais serem colhidas a partir do centro de dentes humanos (não se preocupe – extrações de dentes eram parte de tratamentos dentários normais), as amostras foram divididas em grupos teste e de controle.

Conclusão: Mesmo o mau hálito pode ter um uso terapêutico.

O teste final mostrou pureza elevada – poucas células se diferenciaram em diferentes tipos ou permaneceram como células estaminais. Células-tronco puras reduzem bastante a chance de teratomas ou câncer no paciente em relação às células-tronco originárias da medula óssea, tornando esta uma área promissora para pesquisas futuras.

Pesquisa com células-tronco na Bahia teve aporte de R$ 700 mil



Em visita à Universidade Federal da Bahia, ocorrida na manhã desta terça-feira (dia 13 de janeiro de 2015), onde foi recebido pelo Reitor João Carlos Salles e pelo Vice-Reitor Paulo Miguez, o senador Walter Pinheiro anunciou que a UFBA receberá em 2015 um aporte de R$ 700 mil, através de uma emenda de sua autoria junto ao Orçamento da União de 2015, destinando recursos para a realização de pesquisas com células-tronco na área de ortopedia e no tratamento da anemia falciforme.

“As pesquisas começaram em 2004 na Bahia. Elas são para terapia celular nas sequelas de trauma e anemia falciforme”, destaca o professor e ortopedista Gildásio Daltro, que coordena as pesquisas e terapias realizadas por um grupo de pesquisadores do Hospital das Clínicas da UFBA. Um tratamento foi desenvolvido para pacientes com necrose óssea em estágio inicial com aproximadamente 90% de eficácia comprovada.

O Reitor João Carlos Salles destacou a importância das pesquisas e terapias com células-tronco nas áreas de ortopedia, anemia falciforme e outras doenças hematológicas colocam os pesquisadores da Universidade Federal da Bahia na fronteira da ciência médica e seus resultados podem beneficiar milhões de pessoas.

A Bahia é hoje uma referência em pesquisas e terapias com células-tronco, que são retiradas dos próprios pacientes. “Desde 1997 venho aportando recursos para apoiar o desenvolvimento desta área da medicina na Bahia, seja através de emendas parlamentares ou na busca por recursos junto ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Também conseguimos contribuir para consolidar parcerias com outras universidades de fora do Brasil, como foi o caso da Universidade de Paris e do Instituto Fraunhofer”, diz Pinheiro.
Fonte: //www.ufba.br/

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Ele fez a aplicação de células-tronco há 5 meses dentro de um projeto experimental e conseguiu evitar a perda do membro.Terezinha e seu marido Julio Cesar Gomes de Andrade, 65, que fez a aplicação de células-tronco Andrade é um dos dez pacientes tratados em um projeto de pesquisa coordenado pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Paraná. Ele e outras sete pessoas conseguiram evitar a amputação dos pés.

Foto por Murilo Ribeiro CURITIBA, PR, BRASIL - Julio Cesar Gomes de Andrade, 65 e sua esposa Terezinha.
Tratamento nacional com células-tronco evita amputação de pés Por CLÁUDIA COLLUCCI DE SÃO PAULO Há pouco mais de seis meses, o aposentado Julio Cesar de Andrade, 65, recebeu a notícia de que amputaria um dedo do pé que estava prestes a gangrenar por falta de circulação sanguínea. Se não funcionasse, poderia perder o pé ou mesmo parte da perna. Como última opção, iniciou um tratamento experimental com células-tronco extraídas da medula óssea. Hoje, cinco meses após a terapia, o sangue voltou a circular nas veias do pé de Andrade, o que evitou a amputação. "No início, não achei que meu pé pudesse ser salvo. Hoje ele está ótimo. Agradeço primeiro a Deus, depois às células-tronco", relata o aposentado, emocionado.  Outras duas não tiveram a mesma sorte. Inédito no país, o estudo é feito em quatro hospitais –dois de Curitiba, um de Salvador (BA) e um de São José do Rio Preto (SP). O financiamento vem do Ministério da Saúde e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Segundo o médico Jorge Timi, coordenador da pesquisa no Hospital Angelina Caron, de Curitiba (PR), onde oito dos pacientes foram operados, a técnica só é aplicada em pessoas com risco iminente de amputar pés e pernas. Eles têm uma doença chamada de isquemia de membro inferior, que decorre, principalmente, de complicações do diabetes. A falta de circulação do sangue provoca entupimento das artérias que irrigam as pernas, o que também pode causar ataques cardíacos e derrames. No estágio crítico, como estava Andrade, o paciente mal anda. Tem feridas que não cicatrizam e necrose em partes da perna. Quase todos os casos (98%) acabam em amputação. "Nada funciona mais. Nem medicamentos [como os vasodilatadores] nem procedimentos [ponte de safena ou stents]", explica Timi. Nessa fase da doença, os pacientes têm expectativa de vida 25% menor. Após grandes amputações, esse índice sobe para 50%. No Brasil ocorrem cerca de 40 mil amputações de membros inferiores por ano, 90% delas causadas por diabetes não controlado adequadamente, segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.