quinta-feira, 23 de abril de 2015

Ele fez a aplicação de células-tronco há 5 meses dentro de um projeto experimental e conseguiu evitar a perda do membro.Terezinha e seu marido Julio Cesar Gomes de Andrade, 65, que fez a aplicação de células-tronco Andrade é um dos dez pacientes tratados em um projeto de pesquisa coordenado pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Paraná. Ele e outras sete pessoas conseguiram evitar a amputação dos pés.

Foto por Murilo Ribeiro CURITIBA, PR, BRASIL - Julio Cesar Gomes de Andrade, 65 e sua esposa Terezinha.
Tratamento nacional com células-tronco evita amputação de pés Por CLÁUDIA COLLUCCI DE SÃO PAULO Há pouco mais de seis meses, o aposentado Julio Cesar de Andrade, 65, recebeu a notícia de que amputaria um dedo do pé que estava prestes a gangrenar por falta de circulação sanguínea. Se não funcionasse, poderia perder o pé ou mesmo parte da perna. Como última opção, iniciou um tratamento experimental com células-tronco extraídas da medula óssea. Hoje, cinco meses após a terapia, o sangue voltou a circular nas veias do pé de Andrade, o que evitou a amputação. "No início, não achei que meu pé pudesse ser salvo. Hoje ele está ótimo. Agradeço primeiro a Deus, depois às células-tronco", relata o aposentado, emocionado.  Outras duas não tiveram a mesma sorte. Inédito no país, o estudo é feito em quatro hospitais –dois de Curitiba, um de Salvador (BA) e um de São José do Rio Preto (SP). O financiamento vem do Ministério da Saúde e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Segundo o médico Jorge Timi, coordenador da pesquisa no Hospital Angelina Caron, de Curitiba (PR), onde oito dos pacientes foram operados, a técnica só é aplicada em pessoas com risco iminente de amputar pés e pernas. Eles têm uma doença chamada de isquemia de membro inferior, que decorre, principalmente, de complicações do diabetes. A falta de circulação do sangue provoca entupimento das artérias que irrigam as pernas, o que também pode causar ataques cardíacos e derrames. No estágio crítico, como estava Andrade, o paciente mal anda. Tem feridas que não cicatrizam e necrose em partes da perna. Quase todos os casos (98%) acabam em amputação. "Nada funciona mais. Nem medicamentos [como os vasodilatadores] nem procedimentos [ponte de safena ou stents]", explica Timi. Nessa fase da doença, os pacientes têm expectativa de vida 25% menor. Após grandes amputações, esse índice sobe para 50%. No Brasil ocorrem cerca de 40 mil amputações de membros inferiores por ano, 90% delas causadas por diabetes não controlado adequadamente, segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.


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